Paiva lamenta derrota do Vasco, elogia Coutinho, mas pede paciência: “Precisa de readaptação”

22 de julho de 2024

Atlético-MG venceu por 2 a 0 na Arena MRV, neste domingo, e encerrou série de quatro vitórias vascaínas. Coutinho fez estreia e atuou por pouco menos de 30 minutos na segunda etapa

O Vasco perdeu para o Atlético-MG por 2 a 0 nesta tarde de domingo, na Arena MRV – os dois gols foram marcados no primeiro tempo pelo atacante Hulk. A derrota encerra sequência de cinco partidas invictas, com quatro vitórias consecutivas.

O jogo marcou a estreia de Philippe Coutinho, de volta ao Vasco depois de 14 anos – o colombiano Emerson Rodríguez e o atacante Alex Teixeira também fizeram a primeira partida no Brasileiro.

Após a partida, o técnico Rafael Paiva comentou a derrota do Vasco na 18ª rodada. Ele opinou que o time poderia ter feito um gol na segunda etapa, quando viu evolução do time. Também elogiou a entrada de Coutinho, que fez algumas jogadas, mas não conseguiu mudar o resultado.

Coutinho é um atleta e uma pessoa maravilhosa. Extremamente profissional, desde o primeiro dia se colocou à disposição para ajudar da melhor maneira. Ele respeitou todos os planos que colocamos para ele. Às vezes, na folga de outros atletas. Temos que ter paciência nessa readaptação. É muito talentoso, mas vai precisar de uma readaptação. Por enquanto tem sido tudo muito tranquilo, muito pelo profissionalismo dele. Tem sido muito prazeroso trabalhar com um jogador com essa história no futebol mundial, com nível de profissionalismo que ele tem. Tenho certeza que ele ainda vai dar muitas alegrias ao torcedor vascaíno – afirmou o treinador do Vasco.

Paiva disse que o Vasco não conseguiu criar no primeiro tempo contra forte marcação do Galo

Para o treinador, que era do sub-20 e segue na equipe com o presidente Pedrinho, o Vasco mostrou evolução na segunda etapa e merecia melhor sorte.

A gente merecia, pelo volume de jogo ali no segundo tempo, pelo menos um gol pra tentar incendiar o jogo. Infelizmente ele não veio, mas a gente fica pelo menos feliz pelo critério de continuar o equilíbrio, de tentar jogar, de tentar buscar o gol, de pisar no campo do adversário mais tempo. A gente se dedicou muito pra defender. A gente estava no limite do erro. No momento em que a gente encontra o Léo Pelé e Hulk, disputando por meio campo, a gente tem que levar isso. em consideração. A gente está tentando, está buscando. A gente vai acertar, vai errar. Faz parte do processo. – disse o treinador do Vasco.

Com a partida adiada contra o Cuiabá, o Vasco volta a campo contra o Grêmio, apenas no próximo domingo, às 16h, na Arena Condá, em Chapecó. A partida marca o início do segundo turno.

O técnico do Vasco foi perguntado sobre o estado do gramado da Arena MRV e se influenciou no erro de Praxedes, no segundo gol. O meio-campista errou recuada de bola em lance que terminou nos pés de Hulk.

Foto: Pedro Souza / Atlético

Acho que a gente errou ali mesmo. Acho que foi erro coletivo nosso. A gente tem conseguido nos trancar com os laterais, mas a gente não foi feliz no passe para trás. Então acho que não foi por conta do gramado. Porque no segundo tempo a gente conseguiu jogar, a gente conseguiu criar. E acho que foi um erro coletivo nosso mesmo. A gente tem que ajustar para tentar não errar mais – comentou.

Paiva fez leitura das dificuldades do Vasco no primeiro tempo. Disse que o Atlético-MG dominou as ações com marcação muito forte em todo jogador vascaíno que tocava na bola. E por isso o seu time não conseguiu criar jogadas e nem levar perigo ao Galo.

Isso aconteceu em função da intensidade do Atlético-MG no começo no jogo. Eles pressionaram a bola muito forte. É um time muito qualificado, de muita força física. Um time de muitos jogadores de potência, de força, principalmente no início do jogo, eles conseguem duelar muito. Eles duelam muito, duelos individuais de muita força mesmo. A gente não conseguiu sair com a bola criando, a gente perdeu a primeira e a segunda bola. E a gente não conseguiu controlar o jogo com a bola. A gente teve um erro também que não é para se cometer. Mas a gente conseguiu equilibrar no segundo tempo. Faz parte do jogo, faz parte de jogar contra o Atlético, que tem essa força mesmo. A gente está tentando evoluir. A gente não abre a mão de jogar fora de casa. Mas a vitória não veio dessa vez – disse Paiva.

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Volta de Payet

– Payet está num momento final da transição dele. Estamos tendo um cuidado especial, como sempre teve. Para tentar mantê-lo por mais jogos, para não perdê-lo. Ele treinou hoje, inclusive. Se tudo correr bem, talvez no próximo jogo já possamos contar com ele. Vamos tentar deixar ele o mais pronto possível para performar bem e poder ter sequência. A gente está tendo esse cuidado.

Estreias, além de Coutinho

– Tem um frisson muito grande, principalmente quanto ao Coutinho (pela estreia). Mas temos noção de que eles têm que ganhar minutos com paciência. Eles não estão aptos para jogar um jogo todo. Temos que respeitar esse processo. Coutinho jogou quase 30 minutos hoje, Alex um pouco menos, o Emerson, 45. Devagar esses jogadores vão estar em melhor nível. Mais aptos para jogar mais tempo. Certeza que eles vão nos ajudar mais nos próximos jogos. Trouxemos eles para cá, e eles tentaram o tempo todo. Estamos no caminho.

Evolução

– Acho que a gente está num caminho de evolução. Sempre cobramos muito de jogar, de ser mais equilibrados, sofrer menos finalizações. Ser uma equipe que defende bem, que pressiona o adversário no campo deles. Não acho que erramos, acho que a gente tentou jogar. Não dá para ganhar sempre, jogar contra o Atlético aqui é muito difícil. Acho que mostramos que temos capacidade de jogar contra qualquer equipe, acho que o segundo tempo demonstrou isso. A gente está mostrando isso, apesar de não ter vencido o jogo. É isso que a gente tem que trabalhar. Não dá para garantir que vamos ganhar o tempo todo, mas tentar impor o jogo, com agressividade e marcando compactado. É esse o caminho que a gente está tentando buscar.

Philippe Coutinho estreia pelo Vasco contra o Atlético-MG: ele atuou por menos de 30 minutos na segunda etapa — Foto: Gilson Lobo/AGIF

Uso da base

– A ideia é fortalecer os jogadores o tempo todo, fazer com que eles desenvolvam. O importante é jogar, independentemente se for no profissional ou sub-20. A gente cuida com muito carinho deles, temos uma equipe de sub-20 qualificada. Para eles, ganhar minutos é importante. A gente precisa cuidar para eles desenvolverem, e o processo do Vasco é muito bem conduzido dessa forma para os jogadores performarem e evoluírem.

Duelo com o Grêmio

– A gente pensa como todos os jogos, de fazer o Vasco jogar, ser uma equipe intensa, que contagia. De tentar meter o pé na bola, tentar roubar o mais rápido possível, ser compacto em alguns momentos. De tentar bloquear finalizações, cruzamentos, tentar fazer o Léo Jardim trabalhar o menos possível. Mas ter equilíbrio para ter o controle da bola e machucar mais o adversário. Vamos tentar fazer com que os jogadores novos entendam nosso jogo. Temos que dar a resposta, mais um jogo dificílimo. Terceiro jogo fora de casa, mas isso não é desculpa para a gente. Vamos jogar sempre tentando evoluir, buscando um jogo vistoso, mas tentando pontuar também.

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