Globo se credencia para operar apostas esportivas e busca conquistar o mercado publicitário do setor
O Globo, maior conglomerado de comunicação e marketing da América Latina, decidiu explorar a partir de várias frentes o mercado brasileiro de apostas esportivas em 2024, após a regulamentação aprovada pelo Congresso no final do ano passado. O poderoso grupo já solicitou ao Ministério da Fazenda uma licença para operar e criou uma equipe exclusiva para atender às demandas publicitárias do segmento das bets.
Entre marcas conhecidas do setor, como bet365 ou Sportingbet, e gigantes internacionais do mundo dos cassinos como MGM, a lista de 134 empresas que manifestaram ao Ministério da Fazenda interesse em atuar no mercado de apostas esportivas online inclui o Grupo Globo. O conglomerado de mídia se credenciou na lista por meio do CNPJ que gere o jogo Cartola Express, uma vertente do mais conhecido jogo do tipo “fantasy”, o Cartola.
A Globo se manifestou por meio da DFS, empresa que é responsável pelo jogo e afirmou estar “atenta a novas oportunidades” de negócio. “A partir da nova regulamentação, a empresa está estudando o potencial do segmento de apostas esportivas no Brasil, assim como uma possível evolução do segmento de fantasy”, afirmam seus executivos.
As apostas online foram liberadas em 2018, por Michel Temer (MDB), mas a regulamentação não avançou na gestão Jair Bolsonaro (PL). Agora, o governo Lula (PT) busca tocar o regramento. No ano passado, o Ministério da Fazenda abriu prazo para empresas manifestarem interesse em atuar no mercado, embora ainda sem os critérios oficiais para a regulamentação.
O Ministério da Fazenda definirá um conjunto de exigências para as empresas. Alguns pontos, como ter sede no Brasil, já são descritos pela lei, mas outros, como o capital social mínimo, serão determinados em portarias que ainda não foram publicadas.
Apesar de não ser uma empresa do setor de jogo, o Globo cumpriria com a maioria dos requisitos necessários para a obtenção de uma licença, o que facilita seu caminho e lhe dá uma vantagem sobre outras marcas que ainda precisam resolver essas questões legais e financeiras.
A tendência é que a Fazenda determine que as casas de aposta tenham um mínimo de capital social, segundo relatos de envolvidos nas negociações entre governo e empresas.
A pasta deve definir uma faixa entre R$ 25 milhões e R$ 40 milhões, além da obrigatoriedade de declarar como atividade a exploração de apostas – nomenclatura já existente.
Das 134 empresas que manifestaram interesse prévio, apenas oito declaram, hoje, ter capital social acima da faixa de R$ 25 milhões, e sete, acima de R$ 40 milhões. Dessas oito, somente duas têm também como atividade a exploração de apostas – uma delas, com capital social de R$ 30 milhões.
Todas as empresas devem precisar de adaptações para cumprir as exigências da Fazenda para operação no Brasil para o mercado de apostas de alíquota fixa – o que inclui apostas esportivas, “fantasy” e cassinos online. A lei prevê um período de seis meses para que elas se enquadrem.
Do total de inscritas, pelo menos 50 se apresentaram à Fazenda com registros fora do Brasil.
A Caixa Econômica Federal é outra marca conhecida que está na lista da Fazenda. O banco é responsável hoje por operar as loterias, modelo submetido a outra legislação que não a de apostas de alíquota fixa, caso das apostas esportivas e dos cassinos online.
“Como ator relevante no mercado brasileiro de loterias, [a Caixa] atua constantemente no desenvolvimento de novos produtos e negócios de jogos. Assim, manifestou interesse prévio na autorização para apostas esportivas de quota fixa junto ao Ministério da Fazenda”, afirmou o banco, em nota.
Constam na lista, ainda, uma filial do MGM, famoso resort e cassino de Las Vegas que ostenta o histórico símbolo de um leão dourado, e a plataforma Kwai, entre outras. Além, de algumas
das principais casas de apostas que já operam no Brasil, como bet365 e Sportingbet.
Deixe um comentário
Seja o primeiro a comentar!